Foi realizado ao longo de terça-feira, dia 15 de abril, no Fórum de Paraguaçu Paulista, o júri popular do homem acusado de matar a servidora pública municipal Nair Pontes, de 50 anos. Após um julgamento que durou cerca de oito horas, o réu foi condenado a 18 anos de prisão em regime fechado, pelo crime de homicídio triplamente qualificado.
O julgamento teve início por volta das 10h e se estendeu até as 18h, sendo acompanhado de perto por familiares, amigos da vítima e membros da comunidade, que aguardavam há quase quatro anos por um desfecho judicial para o caso que chocou a cidade em 2021. A sentença foi recebida com alívio e emoção por quem, desde o início, clamava por justiça.
Nair Pontes foi brutalmente assassinada no dia 29 de maio de 2021. Segundo as investigações da Polícia Civil, ela foi empurrada para fora do carro do acusado, atropelada por um veículo e abandonada em uma estrada de terra nas proximidades do Centro de Convergência Turística, em uma área conhecida como “Pôr do Sol”. Seu corpo foi encontrado com sinais evidentes de violência e sem as vestes da parte inferior, em uma cena que causou grande comoção na cidade.
Apesar de a polícia ter identificado o suspeito e o indiciado por homicídio qualificado ainda em setembro de 2021, ele permaneceu em liberdade até o julgamento, o que gerou revolta e mobilizações por parte da população. Em agosto daquele ano, um grupo de mulheres promoveu um protesto na Praça da Matriz com cartazes exigindo justiça. Frases como “Vidas pretas importam”, “Não foi acidente” e “Queremos justiça” deram voz à dor da família e denunciaram a morosidade no andamento do processo.
Nair era uma mulher trabalhadora, servidora pública municipal, mãe de cinco filhos e muito querida pela comunidade. Sua morte foi sentida profundamente por todos que a conheciam, e sua história tornou-se símbolo da luta contra a violência e a impunidade.
A condenação do réu representa, não apenas a aplicação da lei, mas um passo importante na tentativa de reparação moral e emocional para a família e a sociedade.